sábado, 29 de janeiro de 2022

[Resenha] A Violeta de Vênus - Mishal Katz

 E aí, galera!!! Quem é vivo sempre aparece!

Sumi por vários meses, anos mas tô de volta e mais uma vez na tentativa de trazer conteúdo para cá! Vamos ver se rola dessa vez, rsrs.

E hoje trago uma resenha de um nacional muito interessante que li esses dias. Vamos a ele:




Título
: A Violeta de Vênus
Autor(a): Mishal Katz
Editora: Independente
Páginas: 370
Ano de publicação: 2021
Classificação indicativa: +14
Avaliação pessoal: 
Sinopse: "Um jovem incapaz de integrar sua existência à vida sofre o abismo que há entre o ser e o seu viver. Feio, azarado e sem talentos, julga-se açoitado pelo destino, injustiçado pela natureza a qual passa a confrontar. Beleza e feiura, justiça e injustiça, criador e criatura, liberdade e destino são algumas das metades contrapostas neste romance em versos com diálogos rimados, cujas personagens se expressam por soneto, trova, cordel, entre outros estilos poéticos".
⚠ Gatilhos: estupro, prostituição, violência, suicídio, depressão.




O jovem no qual a estória se centra é um rapaz que vive extremamente angustiado e preso a um complexo de inferioridade. Ele acredita ser a pior entre as criaturas, desprovido de qualquer justificativa para viver, algo ao que ele possa se agarrar e entender a vida como digna.

É em meio a estes sentimentos que ele é confrontado por novos vizinhos que irão colocá-los em situações fora de sua zona de conforto. Há uma mulher (claro que há uma mulher!) que irá despertar nele emoções das quais ele sempre fugiu. É nesta jornada de autodescoberta, reflexão, questionamentos e muita dualidade que iremos embarcar. Tudo envolto em pura e completa estilização poética.

É um livro fora da minha zona de conforto, pois eu até leio poesia de vez em quando, mas não da forma como foi apresentada, contando uma história tão intrincada, misturando elementos, formas e métricas. Quando leio poesia, já espero me deparar com pensamentos soltos, abstrações e aleatoriedades que façam sentido a nossa abertura à subjetividade do escrito. Mas não esperava encontrar uma estória com começo, meio e fim; desenvolvimento amarrado e muita reflexão num tom tão poético.

Pela forma como é apresentada, através de rimas e mistura de estilos poéticos, é bem comum ficar confuso no início (principalmente se você está mais acostumado com estórias em prosa, como eu). Mas o livro não fica desinteressante nem uma única vez e logo tudo flui como se você estivesse acostumado a este tipo de narrativa desde sempre.

Você também pode conferir uma versão resumida dessa resenha no meu bookstagram clicando aqui!

A conversa com a dualidade, com os questionamentos ao destino, Deus ou seja lá qual ser superior que possamos atribuir, tem o poder de levar o leitor junto. Existem muitas referências interessantes, inclusive um capítulo dedicado ao Inferno de Dante, e com certeza tiveram outras que minha pouca perspicácia e conhecimento não foram capazes de reconhecer.

Houveram muitos momentos reflexivos e que eu até achava que o livro iria dar devaneios demais, mas sempre voltava ao centro. A estória se distancia um pouco, até mesmo para ter mais liberdade poética e brincar com estilos e formas, mas nada que nos afaste demais da narrativa. Rapidinho ela voltava a conversar sobre a premissa principal. Tudo sem perder a grande sacada que é o tom poético.

É um livro que recomendo muito para quem gosta de se desafiar com suas leituras, pois pode surpreender. Para quem curte poesia, vai amar, sem sombras de dúvidas. É um livro de uma escritora nacional independente que é talentosíssima. A Mishal Katz já tem outros livros escritos e como este é o segundo que leio dela, já estava com a expectativa de que traria algo belíssimo, criativo e de extremo talento literário.

Recomendo muito a leitura, aquisição ou empréstimo, pois ele está disponível no Kindle Unlimited. Você pode adquiri-lo, clicando aqui! 

Espero que vocês tenham gostado e compartilhem esta resenha com alguém que está atrás de uma leitura diferentona e super legal, pois com certeza A Violeta de Vênus se encaixa perfeitamente!

Até a próxima!
Beijos e queijos! :*